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Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa (GEE): o que o agro precisa entender (e aplicar)

Como os dados oficiais sobre emissões e remoções de gases de efeito estufa impactam diretamente o futuro da agropecuária — e por onde começar a agir.


GEE

A agenda climática global está cada vez mais conectada ao dia a dia da agropecuária. Entre compromissos assumidos pelo Brasil, exigências de rastreabilidade e mercados atentos à pegada de carbono, entender como as emissões são medidas oficialmente se tornou estratégico para produtores, técnicos e gestores.


É nesse contexto que entra o Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa (GEE) — ferramenta oficial usada pelo Brasil para reportar suas emissões e remoções. Mas o que ele tem a ver com o agro? A resposta curta: tudo.


O que é o Inventário Nacional de GEE?


O Inventário é o instrumento que estima, com base em metodologias reconhecidas internacionalmente (IPCC), o quanto o país emite e o quanto remove de gases de efeito estufa a cada ano. Ele cobre cinco setores: Energia, IPPU (processos industriais), Resíduos, Uso da Terra (LULUCF) e Agropecuária.


Mais do que um relatório, o Inventário orienta políticas públicas, metas internacionais (como a NDC brasileira) e apoia decisões estratégicas de financiamento, monitoramento e posicionamento internacional.


Onde o agro aparece nesse cenário?


A agropecuária aparece como um setor próprio, com fontes específicas como:

  • Fermentação entérica dos ruminantes (CH₄)

  • Manejo de dejetos (CH₄ e N₂O)

  • Uso de fertilizantes (N₂O)

  • Cultivo de arroz irrigado

  • Queima de resíduos agrícolas


Mas o agro também contribui com emissões nos setores de energia (uso de combustíveis nas fazendas), resíduos (manejo de efluentes e compostagem) e uso da terra (desmatamento, reflorestamento, ILPF etc.).


Ou seja: o agro está em vários pontos do mapa de emissões do país. E saber onde está é o primeiro passo para agir.


Como essas emissões são calculadas?


A metodologia parte da fórmula:


Emissão = Dado de Atividade × Fator de Emissão


Isso significa: saber quanto da atividade ocorreu (quantos animais, quanto fertilizante, quantas toneladas produzidas) e aplicar um fator técnico que indica o quanto essa atividade emite.


O IPCC define três níveis de sofisticação metodológica, chamados Tiers:

  • Tier 1: genérico, com dados globais

  • Tier 2: com dados nacionais e regionais

  • Tier 3: com modelos específicos e medições diretas


O Brasil já usa Tier 2 ou 3 para 95% das fontes agropecuárias, garantindo representatividade da nossa realidade produtiva.


Por que CO₂, CH₄ e N₂O são tão importantes?


Cada gás tem um impacto diferente no aquecimento global. O Potencial de Aquecimento Global (GWP) compara esse efeito em relação ao CO₂. Por exemplo:

  • CH₄ (metano): 28 vezes mais potente que o CO₂

  • N₂O (óxido nitroso): 265 vezes mais potente


No Inventário, todos os gases são convertidos para CO₂ equivalente (CO₂eq), permitindo que as emissões sejam somadas e comparadas de forma padronizada.


Isso tem impacto direto na pecuária: reduzir metano ou óxido nitroso gera um retorno climático proporcionalmente maior.


E as remoções? O agro também captura carbono


O Inventário não olha apenas para o que é emitido, mas também para o que é removido da atmosfera. Práticas como:

  • ILPF

  • Reflorestamento

  • Recuperação de pastagens

  • Aumento da matéria orgânica no solo

...podem ser registradas como remoções de carbono, ajudando a gerar um saldo climático mais positivo. E isso tem potencial direto de valorização para propriedades, marcas e produtos.


Como levar isso para dentro da fazenda?


O Inventário é nacional. Mas sua lógica pode ser aplicada dentro da porteira. Ferramentas como a PEC Calc, desenvolvida pela ESGpec, permitem calcular a pegada de carbono da produção leiteira com base nos mesmos conceitos utilizados pelo Brasil.


Ao medir com coerência, é possível:

  • Diagnosticar os principais pontos de emissão

  • Avaliar o impacto de práticas sustentáveis

  • Comunicar resultados de forma técnica e confiável

  • Preparar-se para certificações e programas de incentivo


Conclusão: entender para transformar


Compreender o Inventário Nacional de GEE é muito mais do que conhecer um documento técnico — é acessar uma estrutura de gestão climática que pode (e deve) ser traduzida para a realidade agropecuária.


E esse é o propósito do novo eBook da ESGpec: ajudar o campo a entender sua posição no contexto climático, medir com segurança e se posicionar estrategicamente no presente e no futuro da produção sustentável.


📖 Baixe gratuitamente o eBook “Inventário Nacional de GEE – Uma leitura aplicada ao contexto agropecuário” em esgpec.com.br/ebooks

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