
A pecuária enfrenta um desafio crescente: reduzir suas emissões de gases de efeito estufa sem comprometer a produtividade e a sustentabilidade econômica. O metano entérico (CH₄), produzido pela fermentação ruminal, representa uma parte significativa dessas emissões, com potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o CO₂.
Diante da pressão regulatória global, novas exigências de mercado e avanços científicos, a mitigação de metano tem sido cada vez mais priorizada, impulsionando pesquisas sobre soluções eficientes para o setor. Entre as estratégias mais promissoras, destaca-se o uso dos aditivos mitigadores de metano (AMFA), que alteram a fermentação ruminal e reduzem a produção de CH₄ sem comprometer o desempenho dos animais.
O que a ciência tem a dizer sobre os aditivos mitigadores de metano?
A pesquisa sobre AMFA tem avançado significativamente nos últimos anos. O novo eBook "Aditivos Alimentares para Mitigação de Metano: Ciência Aplicada e Perspectivas para a Pecuária", baseado nos artigos mais recentes do Journal of Dairy Science Vol. 108 No. 1, 2025, sintetiza os avanços mais importantes sobre o tema.
Entre os pontos centrais abordados no material, destacam-se:
1️⃣ Como os aditivos mitigadores de metano funcionam?
Os AMFA são compostos adicionados à dieta dos ruminantes para modificar a microbiota do rúmen e inibir a produção de metano. Eles podem atuar de diferentes formas:
🔹 Reduzindo a disponibilidade de hidrogênio no rúmen, necessário para a formação de metano.
🔹 Inibindo diretamente as arqueas metanogênicas, os micro-organismos responsáveis pela conversão de CO₂ e H₂ em CH₄.
🔹 Desviando o hidrogênio para outras vias metabólicas, como a produção de propionato.
🔹 Oxidando diretamente o metano, uma abordagem ainda em estudo.
2️⃣ Quais são os principais AMFA estudados?
Diversos compostos têm sido pesquisados quanto à sua eficácia na mitigação de metano, com destaque para:
🔹 3-NOP (3-Nitrooxypropanol): Inibe a enzima MCR, essencial para a metanogênese, reduzindo o CH₄ em até 50%.
🔹 Nitratos: Agem como aceptores alternativos de elétrons, redirecionando o hidrogênio e reduzindo as emissões em 10-20%.
🔹 Macroalgas (Asparagopsis): Contêm bromoformo, um potente inibidor da metanogênese, com potencial de redução de 30-80%.
🔹 Taninos e óleos essenciais: Alteram a microbiota ruminal, reduzindo a produção de CH₄ em 5-15%, mas seus efeitos podem ser inconsistentes.
Cada um desses aditivos possui vantagens e desafios específicos, e sua eficácia pode variar conforme a dieta e o sistema produtivo.
3️⃣ Como avaliar a eficácia dos AMFA?
A validação científica dos AMFA depende de métodos rigorosos de avaliação, que incluem:
🔹 Testes in vitro: Simulam a fermentação ruminal em laboratório para uma triagem rápida dos compostos.
🔹 Testes in vivo: Medem diretamente as emissões dos animais em diferentes condições produtivas.
🔹 Modelagem matemática: Usa equações empíricas ou modelos mecanísticos para prever os impactos em larga escala.
Técnicas como câmaras de respirometria, sistema GreenFeed e o método do traçador SF₆ são amplamente utilizadas para medir as emissões de metano e validar a eficácia dos AMFA.
4️⃣ Viabilidade econômica e desafios de adoção
Embora os AMFA apresentem um grande potencial de mitigação, sua adoção em larga escala ainda enfrenta desafios, como:
🔹 Custo elevado: Alguns aditivos, como o 3-NOP, ainda possuem um custo significativo para os produtores.
🔹 Regulamentação e certificação: Muitos países exigem estudos rigorosos antes de autorizar a comercialização e uso desses compostos.
🔹 Aceitação do mercado e dos consumidores: Em alguns mercados, há resistência ao uso de aditivos sintéticos na alimentação animal.
No entanto, iniciativas de incentivos econômicos, como créditos de carbono e subsídios, podem acelerar a adoção dos AMFA, tornando-os mais acessíveis para os produtores.
5️⃣ O futuro da mitigação de metano na pecuária
O avanço da pesquisa científica e o aumento das exigências ambientais devem impulsionar a adoção dos AMFA nos próximos anos. Algumas das tendências incluem:
🔹 Regulamentação global mais rígida, impulsionando a adoção de tecnologias de mitigação.
🔹 Novos compostos e formulações mais eficazes e acessíveis.
🔹 Uso de inteligência artificial para monitoramento e otimização das dietas.
🔹 Integração com outras práticas sustentáveis, como manejo regenerativo e biodigestores.
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